#05 IMPORTANTES CONSIDERAÇÕES SOBRE A TÉCNICA PARA REMOÇÃO DO ENXERTO SUBEPITELIAL — COM VÍDEOS

enxerto1 – O enxerto de tecido conjuntivo subepitelial tem ampliado significativamente as possibilidades de tratamento dos defeitos de tecido mole ao redor de dentes e ao redor de implantes, com altos índices de sucesso. Entretanto, o sucesso é altamente dependente da técnica cirúrgica, sendo que o passo para a remoção do enxerto do leito doador (geralmente o palato) tem sido indicado pelos clínicos como o mais difícil tecnicamente.

2 – A área doadora mais utilizada é a região do palato, podendo-se também obter o enxerto de outras, como a tuberosidade maxilar e regiões edêntulas. A exata espessura do palato pode ser medida após anestesia com uma sonda periodontal. O tecido conjuntivo é usualmente denso entre a rafe palatina mediana até 2 a 3 mm da margem gengival dos dentes posteriores. Em função disso, essa é a área doadora mais comum. A qualidade do tecido conjuntivo é melhor quanto mais próximo ele for dos dentes.

Como fazer enxerto de tecido conjuntivo

3 – Existem várias técnicas descritas para remoção do tecido subepitelial:

3.1. – Para a obtenção do enxerto conjuntivo podemos lançar mão de duas abordagens: a primeira seria a retirada de um enxerto epitelizado, onde posteriormente se remove a porção epitelial com o auxílio de lâminas delicadas. Sendo esse tipo de abordagem mais indicada para a remoção de enxertos de maiores dimensões ou quando a espessura da fibromucosa palatina for inadequada.

3.2. – Outra abordagem, talvez a mais usual, é a remoção do conjuntivo através de um retalho primário, sendo que nessa abordagem uma das técnicas mais usadas é a do “alçapão”, na qual são feitas três incisões como se fossem os três lados de um retângulo, conservando-se o quarto lado como pedículo para irrigação do retalho. Essa técnica favorece a remoção devido a uma melhor visualização da área, porém, o risco de necrose e dor pós-operatória é maior.
Outra opção é a técnica em “L”, na qual somente duas incisões são realizadas, uma mais longa horizontal e outra mais curta perpendicular (braço curt{3201784B-379F-40B4-BB86-683C45C8706D}_Figura6o do “L”).
Outra técnica interessante na utilização do conjuntivo é a técnica do retalho pediculado palatino (Sclar, 2003), na qual um pedículo é preservado e o conjuntivo é rotacionado sobre a área de interesse, sendo essa técnica bastante usada em áreas de cirurgias plásticas peri-implantares

4 – Com o treinamento e o aperfeiçoamento da técnica pelo operador, quanto menos incisões forem realizadas, menores são os riscos de complicações pós-operatórias. Portanto, sempre que possível, e desde que o operador tenha segurança para executá-la, a técnica de incisão linear única parece ser a melhor opção, visto que se consegue uma remoção de tecido semelhante às técnicas de incisões múltiplas, com uma morbidade pós-operatória menor. A vantagem da incisão única é a possibilidade de remover grandes enxertos e conseguir fechamento primário da ferida na área doadora, minimizando as complicações pós-operatórias, como dor e hemorragia.

Enxerto de Tecido Conjuntivo Subepitelial – I

5 – Independente da técnica empregada, a sutura da área doadora deve ser realizada o quanto antes, inclusive anteriormente à fixação do enxerto no leito receptor, através de sutura sem alças cruzadas e paralelas, sugerindo-se utilizar esponjas ou barreiras hemostáticas para controle de sangramento e favorecer o incremento na espessura tecidual após a cicatrização, o que melhora a condição para uma futura remoção de conjuntivo que se fizer necessária.

Enxerto de conjuntivo Dr Renan Dalla

FONTE:
Técnicas para remoção do enxerto subepitelial na região do palato –
PERIOnews online
Vinicius Augusto Tramontina – Doutor em Clínica Odontológica, área de Periodontia – FOP/Unicamp; Professor titular da disciplina de Periodontia – PUCPR.
Érica Del Peloso Ribeiro – Doutora em Clínica Odontológica, área de Periodontia – FOP/Unicamp; Professora adjunta – Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP); Professora adjunta – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (FOUFBA); Editora-chefe – Revista da FOUFBA.
Patricia Furtado Gonçalves – Mestre e doutora em Periodontia – FOP/Unicamp; Professora adjunta do Depto. de Odontologia – UFVJM, Diamantina/MG.
[email protected]

Deixe um comentário