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DOSSIÊ: DMAE, O CONCORRENTE DO “BOTOX”

DMAE é a abreviação de dimetilaminoetanol, também conhecido por Deanol. Este ativo começou a ser utilizado topicamente para o tratamento antienvelhecimento a partir de 1995, sendo seu maior defensor o Dr. Nicholas Perricone, Médico Dermatologista que detém a patente do DMAE.
Estudos baseados em observação clínica em 2002 concluíram que com o uso continuado do DMAE resulta em melhoria da firmeza da pele com diminuição dos aspectos do envelhecimento cutâneo. Os resultados foram mais perceptíveis com cerca de 3 meses de uso, com melhoras significativas na flacidez da região das sobrancelhas, rugosidade da pele, flacidez da região dos olhos e das pálpebras. Houve, também, melhora na elasticidade e firmeza da pele do rosto e do pescoço.

– “Efeito Cinderela”
Sua aplicação contribui com a melhoria da firmeza da pele, estabiliza a membrana plasmática, reduzindo os sinais de envelhecimento, de uma maneira muito rápida. Esta rapidez é conhecida como “Efeito Cinderela”, pois se observa a melhora em termos de firmeza da pele e efeito “lifting” após 30 a 60 minutos da aplicação.
Dificilmente consegue-se este resultado com outros ativos

– A ANVISA se baseou nos estudos de 2002 e na liberação americana para aprovar o uso tópico do DMAE no Brasil em 2003, e a liberação é mantida até hoje, sendo considerado seguro.

O uso tópico é considerado recente e até o momento não existem muitos trabalhos científicos que comprovem sua eficácia ou que elucidem seu mecanismo de ação no tecido cutâneo. O que se sabe é que este produto é muito utilizado e até o momento não se registram grandes reclamações.

1. O que é o DMAE?
O dimetilaminoetanol, conhecido mais popularmente como DMAE, é uma substância encontrada principalmente em peixes, como salmão, sardinha e anchova e que foi descoberta por acaso pelo dermatologista americano Nicholas Perricone.
Inicialmente reproduzido em laboratório, com a finalidade de tratar casos de hiperatividade, depressão leve e memória, observou-se que o medicamento enrijecia o pescoço e deixava a pele dos pacientes repuxada. Foi então que o poder rejuvenescedor do DMAE foi descoberto.
Ele exerce efeito positivo no combate à flacidez e na melhoria do aspecto da pele, apresentando resultados imediatos e em longo prazo.

O DMAE é antioxidante da membrana plasmática celular. É um precursor, ou seja, uma substância que faz parte da formação de outra, que é neste caso a acetilcolina. A Acetilcolina é um neuro-transmissor, ou seja, uma substância que permite a passagem do estímulo entre os nervos ou entre os nervos e os músculos.

O produto não age sobre as camadas superficiais ou mais profundas da pele, e sim na contração muscular. Em contato com a pele, o DMAE aumenta os níveis de acetilcolina, que é um neurotransmissor importante na contração muscular. Além disso, estimula a produção de colágeno.

2. Qual é a ação do DMAE?
O DMAE atua nas fibras musculares do organismo, tornando-as mais firmes, tonificadas e elásticas. O DMAE atua diretamente nos músculos, por isso ele é mais eficiente para flacidez, e não tanto em casos de rugas e pés-de-galinha.
Para que o resultado seja mais eficiente, o ideal é que o DMAE seja associado com outros tratamentos. O DMAE pode ser administrado em cremes.
Além dos cremes, o DMAE também pode ser injetado sob a pele ou mesmo ingerido em forma de cápsula. No caso do procedimento injetável, o DMAE é aplicado na musculatura ou na camada mais superficial da pele, a derme.
A substância administrada por meio de cápsulas também promete oferecer os mesmos efeitos dos cremes e injeções. Além de benefícios para melhora da pele, diminuição da flacidez, e aumento na produção de colágeno, as cápsulas também prometem ajudar na longevidade, reduzindo a fadiga física e mental e elevando a concentração. O DMAE aumenta a quantidade de substâncias químicas no sistema nervoso central e por isso ajuda no raciocínio.

Embora a ação do DMAE não seja completamente conhecida, o seu efeito é indiscutível. Topicamente, o DMAE produz um efeito tensor visível na pele.

3. Quais são os principais aspectos positivos do uso de produtos que contém DMAE?
– Possui ação antioxidante e anti-inflamatória;
– Melhora o tônus, a elasticidade e a firmeza da pele;
– Aumenta a rigidez da pele nutrindo a musculatura da face;
– Tem efeito imediato e cumulativo;
– Atua sobre a membrana plasmática, diminuindo a concentração de Radicais Livres. (responsáveis pelo envelhecimento);
– Redução da flacidez;
– Aspecto mais jovem à área dos olhos, lábios, pálpebras, pescoço e colo.

4. Quais são os riscos?
Estudos revelam que concentrações muito elevadas da substância DMAE podem levar à paralisia muscular. Em alguns casos pode haver alergia à substância.
Um dos estudos feitos com a substância apontou que ela provocou a morte de fibroblastos (células do tecido conjuntivo). A razão para isso seria o fato do DMAE provocar um inchaço nos fibroblastos e, nesse processo, alguns poderiam morrer. Nesse caso, as consequências seriam uma pele com mais colágeno, porém mais espessa.

5. As duvidas da Comunidade Científica:
01. Dra.Kassandra Tadini, baseada em sua tese de Doutorado, acredita que o DMAE aumenta a retenção de água na derme papilar e que pode agir como estabilizador de membrana celular através da formação de fosfatidilcolina. Além disso estudos in vitro comprovam a ação antioxidante do ativo.

02. Um estudo publicado pelo Dr Morrisette e sua equipe no British Journal of Dermatology em 2007, descreve que a aplicação de DMAE a 3% em uma cultura de células (fibroblastos de pele de coelho) provoca a formação de vacúolos celulares. Este efeito não é desejável, já que os vacúolos danificam a célula resultando na morte da mesma. Os autores sugerem que o efeito antirrugas pode ser devido a formação de vacúolos dentro das células, o que provocaria uma expansão celular (inchaço) tendo um rápido efeito na aparência geral da pele. A longo prazo presume-se que o uso do DMAE danifique a pele.

03. O Dr. Dimas Rocha Jr, em 2008, concluiu que o DMAE aumenta a contração muscular após 7 horas da aplicação tópica. Mas esta comprovação só explicaria o efeito antirrugas a longo prazo, e não o “efeito Cinderela”, que ocorre após 30 minutos da aplicação. Dr. Dimas sugere que o efeito Cinderela pode estar relacionado ao inchaço dos fibroblastos (vacuolização) relatado por Morrisette.

04. Em 2009, Dra Tadine comparou a aplicação de uma formulação cosmética contendo 3% de DMAE e da mesma base cosmética sem o ativo em humanos. Concluiu que não houve diferença estatisticamente significativa entre essas duas formulações quanto ao efeito tensor imediato, ao aumento no conteúdo aquoso, a melhoria da viscoelasticidade da pele, a hidratação ao longo do tempo, a melhoria do tônus e firmeza da pele e a diminuição das rugas. Com ou sem DMAE os resultados foram similares.

6. DMAE versus Toxina Botulínica:

O DMAE não é o “BOTOX®” em creme. O seu efeito é justamente o inverso.
Enquanto o DMAE estimula o músculo, a Toxina Botulínca bloqueia-o. Portanto, o DMAE não é indicado para “pé-de-galinha” ou para o vinco entre as sobrancelhas, mas sim para a flacidez.

ALERTA:
Se usado de forma indiscriminada, o DMAE pode trazer prejuízos à longo prazo para a pele: “o DMAE mostrou, em alguns estudos, piorar a flacidez em longo prazo, principalmente em concentrações maiores. O ideal é avaliar a necessidade real em cada caso e adequar o tratamento às reações da pele”, conclui a dermatologista Silvia Santilli

EM TEMPO:
Argireline: Este creme é uma grande novidade, com o efeito igual ao da toxina botulínica.
Vem sendo apresentado como Argireline, Argirelina, BOTOX® – like, Dermo-Relax, Injection-Free, Pós-BOTOX®, creme de BOTOX®.

A Ação Biológica do creme realmente é parecida com a ação da Toxina Botulínica, mas em intensidade muito menor. Não substitui o BOTOX®, mas pode ser utilizado como um coadjuvante.
O creme age na libertação da acetilcolina, as vesículas que fazem parte do nervo e que promovem a contração muscular. O bloqueio da contração provoca o alisamento da pele a partir da ação menor do músculo.
Mas, diferentemente da Toxina Botulínica, o Creme de Argireline, não consegue bloquear completamente o nervo, assim a contração muscular continua, e os resultados proporcionalmente serão muito menores do que com o “BOTOX” Tradicional.

REFERÊNCIAS
01. COLE, C. A.; GISOLDI, E.M.; GROSSMAN, R.M. Clinical and consumer evaluations of improved facial appearance after 1 month use of topical dimethylaminoethanol Anais do 60 th Annual meeting – American Academy of Dermatology Scientific Posters Presentations –- New Orleans, LA – February 22-27, 2002

02. GROSSMAN, R.M.; GISOLDI, E.M.; COLE, C.A. – Long term safety and efficacy evaluation of a new skin firming technology: dimethylaminoethanol – Anais do 60 th Annual meeting – American Academy of Dermatology Scientific Posters Presentations –- New Orleans, LA – February 22-27, 2002

03. ROCHA JR, D. Efeitos do dimetilaminoetanol (DMAE) em preparação neuromuscular. UNICAMP, Campinas, Dissertação de Mestrado para a obtenção do título de Mestre em Farmacologia, 2008.

04. TADINI, K.A. Desenvolvimento e avaliação clínica dos efeitos de formulações dermocosméticas contendo dimetilamonietanol ou acetil-hexapeptídeo -3. Ribeirão Preto, USP, Tese de Doutorado apresentada para obtenção do grau de Doutor em Ciências Farmacêuticas, 2009.

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