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Os BISFOSFONATOS e implantes dentários – ULTRA IMPORTANTE

Os BISFOSFONATOS e implantes dentários

Os BISFOSFONATOS são amplamente utilizados para medicamentos de certas desordens ósseas e também o tratamento de metástases ósseas e osteoporose. São compostos sintéticos com estrutura química similar ao pirofosfato inorgânico, que regula o metabolismo ósseo.

Essa classe de medicamentos que têm por função a inibição da atividade dos osteoclastos, interferindo na remodelação e no turnover ósseo. São indicados para retardar o envolvimento ósseo em algumas condições malignas, como em mielomas múltiplos e metástase do câncer de mama e próstata, no tratamento da doença de Paget e da osteoporose.

vídeo: O que são Bisfosfonatos:

Se um paciente quer colocar implante dentário e está fazendo tratamento com BISFOSFONATOS, é essencial uma avaliação adequada e saber, exatamente, quanto tempo o paciente está fazendo uso desse medicamento. Isso é extremamente importante para o diagnóstico e o planejamento dos implantes dentários.

Em alguns casos, a recomendação é para que os pacientes interrompam o tratamento com BISFOSFONATOS alguns meses antes de iniciar o tratamento com implantes dentários, porque a utilização desse medicamento é uma contraindicação para a colocação.

VÍDDEO: Odontologia – Bifosfonatos: cuidados na Implantodontia:

Pois, a utilização dos BISFOSFONATOS, em particular no tratamento da osteoporose, permitiu observar que, nos casos de tratamento dentário invasivo, como a colocação de implantes dentários, Osteonecrose acontecer. Nos pacientes que tomam bisfosfonato, o osso não é renovado, torna-se esclerótico e, com o tempo, fica exposto. Clinicamente, o que se observa é uma região de necrose. Estas lesões geralmente se desenvolvem em áreas que ocorreram a cirurgia, incluindo extrações.

bisf1Clinicamente, as BRONJ (Bisphosphonated Related Osteonecrosis of the Jaw) aparecem como perda da continuidade da mucosa bucal com exposição do osso subjacente, podendo ser extremamente dolorosas, persistentes e não responder aos tratamentos convencionais.

Assim, a osteonecrose dos bisfosfonatos é uma complicação séria, de difícil manejo na clínica odontológica, que pode trazer grande morbidade e sequelas aos pacientes. Sendo assim, a prevenção é extremamente importante, sendo o cirurgião-dentista peça fundamental na orientação quanto à higiene bucal e eliminação de quaisquer focos infecciosos ou irritativos em pacientes que fazem uso de bisfosfonatos, instituindo critérios de avaliação odontológica semelhantes àqueles aplicados a pacientes candidatos à radioterapia de cabeça e pescoço.

Assim, alguns esclarecimentos são necessários junto ao seu paciente, que já faz uso do medicamento ou pode fazer por recomendação bis2médica:

1) Os bifosfonatos impedem que o osso velho e afetado seja removido do organismo: com o uso cumulativo, é possível ter fraturas ao longo do tempo.
2) Uma vez ingerido ou injetado, o medicamento se liga ao tecido ósseo e não se solta mais. Metade desta carga medicamentosa só é eliminada após 11 anos.
3) A forma injetável se acumula quase 140 vezes mais do que a forma oral.
4) A forma injetável afeta mais rápido o osso medular. Esses casos são mais severos, necessitando de intervenção mais rápida.
5) Passar por um período de interrupção do medicamento pode melhorar o quadro clínico em pacientes que fazem uso oral do bifosfonato. Neste período, os osteoclastos “comem” novamente o osso velho (já contaminado pelo bifosfonato). Assim, o bifosfonato está novamente livre para entrar na corrente sanguínea, medula óssea etc.

– Estratégia preventiva em função da duração da terapia de uso do bifosfonato:
Menos de dois anos de uso:
O risco é baixo, mas alguns casos já foram detectados. Extrações, apicectomia, cirurgia periodontal, implantes, biópsia parece ter pouco risco para osteonecrose. O uso da clorexidina é aconselhado nos casos de cirurgia ou contato com o osso periosteal ou medular.
Igual ou acima de dois anos de uso:
A mesma terapia pode ser feita, mas o paciente e o médico devem ser avisados sobre o aumento do risco de osteonecrose dos maxilares.
Em qualquer momento:
O dentista deve conversar com o médico sobre a terapia. A decisão de interromper o medicamento é do médico, primeiro com base no risco de fratura pela densidade óssea baixa, e não pelo risco potencial de se desenvolver osteonecrose. Não há contraindicação total para cirurgia, mas é necessário minimizar procedimentos que afetem o periósteo ou sejam intraósseos.

FONTE:
1 – Meira HC, Rocha MM, Noronha VRAS, Aguiar EG, Sousa AA, Rodrigues Neto DJ. Mandibular osteonecrosis associated with bisphosphonate use after implant placement: Case report. Dental Press Implantol. 2013 Apr-June;7(2):107-14.

2 – Paulo Rossetti é editor-científico da revista ImplantNews. Cirurgião-dentista, mestre e doutor em Reabilitação Oral – FOB/USP; Membro ITI (International Team for Oral Implantology)

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