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2ª Opinião: Profissão: Cirurgião Dentista – by: Neto Miná

Hoje estreia no OrtoBlog a coluna  2ª Opinião.
Nessa coluna, serão  publicados artigos inéditos escritos por autores, especialmente convidados. Na estreia, temos o artigo escrito por Neto Miná.
Bio 
Neto Miná é um estudante de odontologia baiano, natural de Itororó, que há um ano meio mora em Sampa para estudar na Universidade Paulista – UNIP. E já está envolvido em vários projetos de promoção da saúde oral  tais como Iniciação científica – Universidade Paulista, Bolsa Santander, Projeto Promoção da saúde na comunidade do Rio do Engenho, Ilhéus – Bahia, educação em Saúde Bucal e aferição da quantidade de flúor na água. Ele também é voluntário no Banco de Dentes Humanos da Universidade Paulista – UNIP. No artigo, Neto coloca a visão do estudante sobre a odontologia: 

A odontologia na minha vida foi um acidente do acaso, mas como nada é por acaso e tudo tem seu propósito, aproveito e reformulo: A odontologia foi o “conflito” no enredo da minha vida. Quando optei por cursar odonto, eu estava numa situação confusa – 2 anos tentando medicina, saturado de estudar as mesmas coisas e precisando aprender coisas novas – subestimava minha inteligência, minha capacidade de superação, minha auto-confiança e determinação eram zero. Era simplesmente uma tentativa, uma nova perspectiva de vida, um novo rumo a ser tomado. E nesse ponto minha vida se reformulou.
Iniciei o curso sabendo o mínimo sobre especialidades, áreas de atuação, sobre o curso e a profissão de uma forma geral. Ouvia muito sobre dificuldades no mercado de trabalho, mercado saturado, charlatanismo, enfim, iniciei o curso meio desacreditado. O cirurgião dentista ainda é muito subjugado socialmente, desacreditado, estereotipado e cabe a nós (profissionais e futuros profissionais) mudar esse quadro. O mercado de trabalho é competitivo em toda e qualquer área, sobrevivem os que se destacam e para isso competência profissional é essencial. Nessa minha luta “tentando ser um cirurgião dentista” aprendi (em pouco tempo) que é preciso dar o seu melhor, pesquisar bastante e principalmente: ouvir os sábios conselhos de profissionais mais experientes e dos seus professores.
Um dia meu professor de Políticas de Saúde Michel Arsenian nos disse: “Dê o seu melhor, mas busque durante o curso a NEUTRALIDADE. Por mais que você se interesse por determinadas áreas, tente ser neutro até o fim do curso, para que você não negligencie nada e possa ser um profissional completo”. Tenho, desde então, feito desse conselho minha base filosófica durante o curso, e confesso: não é fácil ser neutro.
A cada novo passo dado durante o curso, me surpreendo não apenas com as possibilidades de trabalho e atuações em áreas antes inimagináveis para mim, mas também com a importância do cirurgião dentista em ações de saúde coletiva. Podem ficar tranquilos que não utilizarei aquele velho discurso sobre a saúde começar pela boca. Mas, se buscamos uma integridade sistêmica quando falamos de saúde, a participação do dentista com ações específica a nossa área de atuação é fundamental e intransferível. Desculpe-me a “modéstia”, mas quando se trata de biofuncionamento do sistema estomatognático, mais precisamente oclusão e ações que podem alterá-la positiva ou negativamente, somos NÓS quem melhor dominamos o conhecimento e as técnicas.
Sem me estender mais: amo fazer odonto, tenho buscado o meu melhor a cada dia e, acima de tudo, buscado ser um bom profissional e alcançar meu lugar ao sol. Acho que falta aos profissionais de odonto mais foco, determinação, buscar fazer o melhor do seu trabalho e valorizar aquilo que ele faz. Sentir orgulho de ser um cirurgião dentista e “vestir o jaleco”. Espero ter cada vez mais orgulho de mim e de minha profissão e não mais “tentar ser um cirurgião dentista” e me tornar Cirurgião Dentista, aprendendo, ensinando e construindo com a Odontologia.

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