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[4ª PARTE] — NEURALGIA DO TRIGÊMEO – A PIOR DOR DO MUNDO! — TRATAMENTO e PROGNÓSTICO

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O tratamento de um paciente com neuralgia facial é muito difícil de ser realizado, hoje na literatura os tratamentos se dividem em não cirúrgicos e cirúrgicos, variando segundo o caso e necessidade do paciente.

Neuralgia do Trigêmeo – Tratamento

1 – Não cirúrgicos:
Em 1942, Bergoingnan, empregou pela primeira vez a Difenilidantoína para esse tratamento, desde então, o produto tem sido amplamente utilizado para este fim. O mesmo autor relata que a melhora clínica ocorreu em 54% a 70% dos casos tratados, porém a eficácia da terapêutica tende a reduzir com o passar do tempo.
Carbamazepina, anticonvulsivante e analgésico, é hoje a droga de escolha no tratamento das neuralgias faciais principalmente na trigeminal.
Alguns pacientes obtêm resultados satisfatórios quando recebem a medicação 1 vez ao dia, a noite, antes de se deitar, porém outros só percebem melhora no quadro quando são medicados 2 vezes ao dia antes do almoço e antes de dormir. Os comprimidos de Carbamazepina se apresentam em concentrações de 200 mg e 400 mg (Sociedade Brasileira de Neurologia, 2004). Recomenda-se avaliação hematológica semanal ou mensal quando a carbamazepina for empregada em dose superior a 600 mg/dia, pois a mesma pode provocar efeitos colaterais, como:
– Sonolência ocorreu em 35% dos casos;
– Tontura (30%);
– Cefaleia (20%);
– Náuseas (20%);
– Cólicas abdominais (10%);
– Disúria (10%);
– Zumbido (10%);
– Vertigem em (10%)
– Náusea associada a vômito (10%)

Fenitoína (Dilantin), outro anticonvulsivante, é frequentemente uma segunda escolha para o tratamento. Os efeitos colaterais são similares aos da carbamazepina, mas a fenitoína apresenta maior sedação e o uso crônico pode causar hipertrofia gengival, hirsutismo, embrutecimento das características faciais e, raramente, pseudolinfa.
A fenitoína exibe o padrão incomum de cinética de zero ordem; na qual, uma vez que o metabolismo esteja saturado, um pequeno aumento na dosagem pode causar grande aumento em sua concentração no plasma. Ocorrem muitas interações metabólicas com outras drogas.

Octonazepan: também tem sido utilizado para este tratamento com alívio da dor, em 40 a 50% dos casos e melhora em 22 a 23,3% dos casos onde temos pacientes resistentes a cartamazepina.

Baclofeno (Lioresal), um relaxante muscular, tem se mostrado eficaz na neuralgia do Trigêmeo. Os efeitos colaterais incluem sedação, ataxia e náusea.

Neuralgia do Trigêmio e Laserterapia

Na maioria dos casos, assim que é atingido um limiar eficaz da droga a ação é notável, e os paroxismos dolorosos desaparecem completamente, porém se a terapêutica é interrompida as dores reaparecem. Pode-se, entretanto, após um prazo suficiente, tentar diminuir gradativamente e até suprimir a medicação por um tempo variável, até a ocorrência de um novo período doloroso.

2 – Cirúrgicos:
Se o tratamento médico falhar ou resultar em deterioração acentuada das atividades diárias, podem considerar-se procedimentos cirúrgicos. Como tratamentos cirúrgicos temos uma grande variação, que será estabelecida pelo neurocirurgião que for realizar tal procedimento, porém a injeção com substâncias causticas ou irritantes como álcool e glicerina, foram tentadas com sucesso variável assim como as neurectomias periféricas.
Alguns pesquisadores afirmaram que, até pouco tempo, o tratamento da neuralgia do Trigêmeo era essencialmente neurocirúrgico e baseava-se na neurotomia retrogasseriana, preconizada por Frazier em 1901.
Durante essa intervenção, o importante é respeitar o contingente oftálmico, a fim de se evitar a ocorrência de uma anestesia da córnea com risco de ceratite neuroparalítica. A neurotomia retrogasseriana, da mesma forma que a alcoolização do gânglio de Gasser (mais simples), é notavelmente eficaz na neuralgia do Trigêmeo.

Descompressão Microcirúrgica do Trigêmeo – Hospital Regional Norte – Dr Gerardo Cristino Filho

Além desse, há procedimentos neurocirúrgicos como: corte das raízes sensoriais do nervo, descompressão microcirúrgica do nervo Trigêmeo comprimido por uma protuberância óssea ou por um vaso sanguíneo, destruição seletiva das fibras sensoriais do nervo por esmagamento ou por aplicação de calor.
Noventa por cento dos pacientes relatam alívio da dor após esses procedimentos. Um ano depois do procedimento, 68-85% dos pacientes ainda estão livres de dor, mas após 3 anos a percentagem baixa para 54-64% e após 5 anos, apenas 50% dos pacientes ainda estão livres de dor.

Há perda de sensibilidade na face?
Temporária, dura de 30 a 60 dias no máximo. Na maioria dos casos, a sensibilidade volta ao normal. Alguns pacientes dizem que pequenas áreas ficaram com a sensibilidade diminuída, mas nada que incomode e quando se faz a pergunta – Qual é seu grau de desconforto comparado com as crises que tinha antes? – a resposta é uma só: “Agora vivo em paz”.

LEIA:
[1ª PARTE] — NEURALGIA DO TRIGÊMEO – A PIOR DOR DO MUNDO! – DEFINIÇÃO

[2ª PARTE] — NEURALGIA DO TRIGÊMEO – A PIOR DOR DO MUNDO! – CAUSA, ETIOLOGIA e CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
[3ª PARTE] — NEURALGIA DO TRIGÊMEO – A PIOR DOR DO MUNDO! – DIAGNÓSTICO e RELAÇÕES ODONTOLÓGICAS

FONTE:
1 – NEURALGIA DO TRIGÊMEO:REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ANALÍTICA TRIGEMINAL NEURALGIA – Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
v.4, n.4, p. 212 – 217, out/dez – 2004 – Rodrigo Marcelo VERONESE
2 – Neuralgia trigeminal – etiopatogenia, aspectos clínicos e tratamento (revisão da literatura) – Rev Inst Ciênc Saúde 2004 out-dez; 22(4): 323-30 – Nicolau Tortamano.
3 – Tratamento Famacológico da Neuralgia do Trigêmeo:Revisão Sistemática e Metanálise – Rev Bras Anestesiol 2004; 54: 6: 836 – 849 – Emannuela Santiago de Carvalho.
4 – Internacional Association for the Study of Pain – 2013.
5 -NEURALGIA TRIGEMINAL – DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO Revista Dentística on line – ano 5, número 11, janeiro / junho, 2005. ISSN 1518-4889 – http://www.ufsm.br/dentisticaonline – Gustavo Adolfo Terra Quesada.
6 – NEURALGIA DO TRIGÊMEO – Eduardo Januzzi
7 -NEURALGIA DO TRIGÊMEO DR. DRAUZIO ENTREVISTA: Cláudio Fernandes Corrêa é neurocirurgião, responsável pelo Grupo de Dor do Hospital 9 de Julho de São Paulo e presidente do Instituto Simbido – PORTAL DR. DRAUZIO VARELLA – 2011

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