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Bráquete Autoligado: faz o tratamento ficar 50% mais rápido… Será?!?!


Hoje em dia, temos uma grande variação de aparelhos ortodônticos. Vez ou outra, os pacientes acabam perguntando sobre esse ou aquele tipo de aparelho. Agora, a moda é perguntar sobre o tal aparelho “que faz o tratamento ficar 50% mais rápido que o convencional”.
Então, hoje vamos desmistificar esse talzinho.
Os bráquetes autoligáveis não são novidade na Ortodontia. O conceito de bráquetes sem ligaduras surgiu na década de 30 com o aparelho Russell Lock, que foi uma tentativa de alcançar eficiência clínica associada à redução do tempo gasto com a ligação dos bráquetes. É claro que com o passar das décadas, esses bráquetes foram evoluindo e foram ficando cada vez melhores.


O Grande lance desse sistema de bráquetes é não usar as ligaduras (que são as velhas e não tão boas borrachinhas) e usar os fios ortodônticos de última geração. De certa forma, a grande diferença apresentada pelos autoligáveis no que diz respeito ao menor tempo de tratamento, menor número de visitas e menor desconforto do paciente está ligado ao fato de produzirem menor atrito durante a movimentação ortodôntica, quando comparados com os bráquetes convencionais. Um outro aspecto legal dos bráquetes autoligáveis é promover um menor acúmulo de placa quando comparados com os convencionais. E, na maioria dos pacientes, os dentes colados com autoligáveis apresentaram menor número de bactérias na placa. Esses resultados estão vinculados ao método de ligação dos acessórios: no caso dos convencionais, as ligaduras elásticas, que retêm mais placa bacteriana.
Mas atenção: A possibilidade de uma significativa redução no tempo do tratamento ortodôntico, relatada por diversos fabricantes, é divulgada como uma super-vantagem dos bráquetes autoligáveis. Mas, estudos recentes comprovaram cientificamente que não há diferença significativa no tempo do tratamento com o uso do sistema autoligável. O que recomendo é o uso de autoligáveis de maneira seletiva ou racionalizada. Se uma baixa resistência friccional for desejada, os bráquetes autoligados podem ser escolhidos. Mas, se o atrito é apropriado em uma determinada mecânica, então os bráquetes convencionais serão mais indicados.

Os aparelhos autoligáveis podem ter grande impacto na Ortodontia, devemos estar cientes quanto às suas reais vantagens, considerando todos os fatores inerentes à sua mecânica de atuação. Apesar da euforia inicial a respeito dos autoligáveis, uma Odontologia baseada em evidências deve prevalecer. Ainda são necessários estudos para avaliar a verdadeira eficiência desse modelo de tratamento. Deve-se ter em mente que os autoligáveis são apenas uma nova ferramenta, sendo mais uma opção para o clínico e para o paciente ortodôntico.

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