Eu, todo feliz com aquele que poderia ser o meu primeiro paciente, fecho a revista e levanto-me:
– Boa dia!!! Meu jovem. Em que podemos ser útil?
– Dia, eu gostaria de saber o preço… quanto que o senhor cobra…
– Sim… o preço de que meu bom rapaz?
– Eu gostaria de saber o preço do corte de cabelo …
Foi um verdadeiro balde de água fria. Eu ali todo feliz e o sujeito quer saber o preço do corte de cabelo. Não era o preço de uma extração ou de uma obturação… era o preço do corte de cabelo!!!! Fiquei arrasado, mas mantive o fair play.
– Naaaão… meu jovem, aqui é um consultório dentário. Arrancamos dentes, fazemos obturação e outras coisa relativo a saúde bucal.
– Você não corta cabelo?… É eu gostaria de cortar o cabelo.
– Não, não corto cabelo, não! – respondi já meio nervoso.
Então, o sujeito foi saindo do consultório. Montou na bicicleta e olha para mim; mantive e sustentei um olhar firme para o ciclista de meia-tigela. Ele encostou a bicicleta na porta do consultório, novamente, e vira para mim:
– O senhor não quer nem arriscar ? – perguntou o sujeito.