Fez a endodontia: E agora? Quando movimentar, ORTODONTICAMENTE UM DENTE? – 1ª PARTE
3) Movimentação ortodôntica em dentes endodonticamente tratados com necrose pulpar asséptica por traumatismo dentário
Todo dente previamente traumatizado, se movimentado, pode apresentar reabsorções radiculares mais precoces e de maior intensidade ao final do tratamento ortodôntico. Essa possibilidade justifica a regra de esperar algum tempo para que esse tipo de dente seja submetido ao movimento ortodôntico, sendo essa regra quase que universalmente aceita e seguida.
Esse tempo varia conforme a classificação do traumatismo (leve, moderado ou severo).
O tempo de espera e explicações relacionadas:
Em traumatismos leves — como a concussão e subluxação discreta —, deve-se esperar de 3 a 4 meses para providenciar uma nova radiografia periapical ou tomografia, e avaliar se os tecidos e estruturas periodontais voltaram ao normal. Fazendo assim, pode-se movimentar o dente.
Em traumatismos dentários moderados, caracterizados por subluxação mais severa, luxação, deslocamentos e até por extrusão sem avulsão total do dente do alvéolo, deve-se esperar um ano. Se novas radiografias periapicais e/ou tomografias depois desse período revelarem normalidade estrutural e organizacional, ausência de anquilose alveolodentária, reabsorção por substituição e/ou reabsorção inflamatória, o dente pode ser movimentado ortodonticamente.
Nos casos mais severos, como de avulsão total seguida de reimplantação após até 30 a 60 minutos fora do alvéolo, e em casos de fraturas radiculares, deve-se aguardar dois anos. Após esse período, se novas radiografias periapicais e/ou tomografia revelarem normalidade estrutural e organizacional, sem anquilose alveolodentária, sem reabsorção por substituição e sem reabsorção inflamatória, o dente pode ser movimentado ortodonticamente. É importante sempre relembrar a seguinte regra: poderão ocorrer maiores reabsorções radiculares ao final do tratamento ortodôntico, devido o trauma prévio ao tratamento.
FONTE:
Alberto Consolaro
Renata Bianco Consolaro
PUBLICADO ORIGINALMENTE EM: REV CLÍN ORTOD DENTAL PRESS. 2013 JUN-JUL;12(3):123-8.
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