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MENINOS, EU VI! – PRIMEIRA EXTRAÇÃO, NINGUÉM ESQUECE… FINAL

Vejam e leiam a Prima parte!

…O professor pede à atendente a bandeja cirúrgica e nós prendemos a respiração, o professor arruma os instrumentais e nós aproximamos mais, o professor pega da seringa anestésica e nós prendemos a respiração… não de medo , emoção e/ou respeito, mas de espanto.

O decano com a seringa na mão tremia mas que vara verde e nós ficamos sem saber se era algum método de introduzir a solução anestésica ou se era mesmo o inevitável processo de envelhecimento de um grande professor. Olho, interrogativamente, para o Bismark, ele me devolve o olhar afirmando que apostava na segunda opção. E pouco a pouco, cada um dos quatro restantes, também seguirão a indicação do Bismark.

Todos com a respiração prensa, torcendo que o professor, não acertasse os pontos anatômicos de referência, aprendidos na aula teórica, mas que acertasse pelo menos a boca do paciente. Aninha puxa uma Salve Rainha para que ele acerte a paciente… em qualquer lugar. Eu já havia perdido as esperança e fecho os meus olhos em uma oração e o Bismark, discretamente, assobiava o Réquiem de Mozart.

Alguém me cutuca, eu abro os olhos ainda em tempo de ver a Flávia sendo carregada da sala, branca com uma estatua de cera – estava passando mal.

Pela providência divina, o professor acerta a anestesia e passa para o segundo passo: a sindesmotomia. Quatro dentes, além do nosso alvo, são sindesmotomados. Mas, agora, tudo já estava valendo. Terceiro passo: a luxação. O professor somente olhou para a avalanca e Aninha começa a entoar a ladainha. Então, ele luxa o dente, o alvéolo, a mandíbula, a cabeça enfim todo o paciente. Isso, agora o quarto passo: o nosso decano decadente ataca o elemento dental com o fórceps. Eu começo uma torcida surda pelo dente… não vai sair… não vai sair… não vai sair…

Mas, um colega grita, com a emoção de tudo um coração:“Sai… Sai…saiu…”

Sim, saiu… saiu dente, osso, gengiva e Deus sabe o que mais. Então, olho para aquilo que foi um dente; preso mas garras do fórceps, e esse sendo mostrado, pelo professor, com troféu de um safari. E tenho a nítida impressão que eu não sou eu, mas sou Tomás de Gonzaga e que a qualquer momento a tropa da Coroa irá invadir a sala!!!!

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