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Orientações e Condutas para paciente ortodôntico com aftas bucais.

CREm alguns pacientes ortodônticos, por maiores cuidados que sejam tomados – como a colocação de cera ou outro tipo de oclusão dos braquetes e fios para se evitar o contato e microtraumatismos na mucosa bucal –, as aftas bucais aparecem inevitavelmente em número maior do que o paciente estava acostumado.

Mas deve-se orientar o paciente sobre como evitar os microtraumatismos durante:
1) a alimentação, para evitar alimentos perfurantes, como abacaxi, cascas de pão, pipoca e outros. Alimentos muito ácidos ou adstringentes podem alargar os microtraumatismos na mucosa bucal; recomendar a ingestão em forma de sucos ou cremes;
2) a higiene bucal, evitando o contato das cerdas e movimentos bruscos com as escovas sobre a mucosa bucal;
3) orientar sobre o uso de protetores sobre os braquetes, fios e bandas para evitar mordidas ao dormir, durante o apertamento bucal e o bruxismo;
4) afirmar ao paciente que, após algumas semanas de uso do aparelho, sua mucosa bucal se adaptará, aumentando a queratinização, e as aftas diminuirão ou provavelmente desaparecerão.

Um dos cuidados que se deve ter ao receber o paciente com aftas bucais mais frequentes ou numerosas, após a colocação dos aparelhos ortodônticos, consiste em checar se o paciente tem mucosas coradas, se o mesmo se cansa facilmente ao menor esforço ou tem histórico de anemia carencial. Em caso de dúvida diagnóstica de anemia, recomenda-se uma avaliação por parte do médico da família ou a critério do paciente. Em geral, quando o quadro de aftas está associado ao de anemia, a correção do problema hematológico melhora considerável, ou totalmente, o quadro bucal. Outro cuidado está em perguntar ao paciente se, simultaneamente à colocação do aparelho, abandonou o vício de fumar, o que pode ter agravado o quadro das aftas bucais.

AFTASA observação clínica e o estudo da composição dos remédios geralmente aplicados sobre as aftas bucais levaram-nos à formulação de um gel cujos princípios determinantes adotados foram:
– eficiência quanto ao alívio rápido da sintomatologia,
– baixa iatrogenia,
– conforto decorrente da facilidade de aplicação.

O alívio imediato da sintomatologia local se faz muito importante, desenvolvemos, assim, um protocolo de condutas:

1) Limpar delicadamente o leito amarelado ou brancacento da afta com cotonete umedecido em água oxigenada bem diluída ou em soro fisiológico, ou até em água. Esta pseudomembrana representa um obstáculo à penetração medicamentosa, mas nem sempre está presente.

2) Passar, por até cinco vezes ao dia, o gel formulado, receitando-o assim:
Uso tópico
Formular:
* Betametasona………………………………. 0,1%
* Ácido acetilsalicílico……………………… 2,0%
* Gel de hidroxipropilcelulose………….. 50g
Aplicar até cinco vezes ao dia, quando necessário, utilizando-se os dedos ou cotonetes levemente umedecidos.

3) Esclarecer ao paciente a finalidade do gel: apenas aliviar os sintomas e promover a sensação de conforto!

Esse gel tem fácil aplicação e pode ser usado isoladamente ou associado a tratamento sistêmico eventualmente administrado para aumentar a resistência do paciente às aftas ou para corrigir os fatores predisponentes à ocorrência das aftas na mucosa bucal, como as anemias. Os cuidados principais restringem-se às contraindicações habituais para o uso de corticoides tópicos, como nos diabéticos, e orientações ao paciente para que não aplique o gel em excesso. Os três componentes do gel têm a finalidade respectiva de promover uma ação anti-inflamatória, atuar como analgésico local e promover a formação de um filme provisório que retenha os medicamentos por alguns minutos ou horas sobre o leito da afta bucal, aliviando os sintomas da doença e reduzindo seu tempo de duração.

Recomenda-se não formular grandes quantidades desse gel, pois, após alguns meses de armazenamento, perde a transparência, adquire cor, fica consistente e reduz seus efeitos.

FONTE:
Aftas após instalação de aparelhos ortodônticos: porque isso ocorre e protocolo de orientações e condutas
Alberto Consolaro e Maria Fernanda M-O Consolaro
R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 14, n. 1, p. 18-24, jan./fev. 2009.

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