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VOCÊ JÁ CONHECE A FANTÁSTICA HISTÓRIA DA ANESTESIA?

Teve roubos, intrigas, perseguições, lances dramáticos, golpes de sorte, sangue e lágrimas.

A História:

William Thomas Green Morton

Dr. Crawford Long foi o primeiro médico a usar éter etílico como um anestésico. Tal fato aconteceu em 30 de março de 1842, durante um procedimento cirúrgico para remover um tumor de um paciente. Em seguida, ele voltou a empregar éter em várias ocasiões, mas, simplesmente, não publicou nada sobre os procedimentos até 1849.

Foi o Dr. William Thomas Green Morton, um dentista da cidade de Boston, que conduziu a primeira demonstração pública da anestesia por inalação. Morton, que não estava a par das experiências do Dr. Crawford Long, foi convidado pelo Hospital Geral de Massachusetts para demonstrar sua nova técnica de cirurgia sem dor. Depois que Morton anestesiou o paciente, o cirurgião John Collins Warren removeu um tumor do pescoço do paciente. O Dr. Warren, inicialmente cético, ficou impressionado e afirmou:

– “Senhores, isso não é uma fraude ou truque! Daqui a muitos séculos, os estudantes virão a este hospital para conhecer o local onde se demonstrou pela primeira vez a mais gloriosa descoberta da ciência.”

Pouco tempo depois disso, numa carta para o Dr. Morton, o médico e escritor Dr. Oliver Wendell Holmes propôs que o nome do procedimento fosse anestesia e anestesiado o estado em que o paciente se encontrava.

Mas, antes disso, em 11 de dezembro de 1844, O dentista Horace Wells sentou-se na cadeira de dentista de seu próprio consultório e pediu a um colega que extraísse os terceiros molares que o incomodava. Milagrosamente, o procedimento não doeu nada!

“Começou uma nova era na extração dentária!”, exclamou Wells já com um dente a menos na boca. A nova era fora anunciada por conta do gás hilariante que ele inalara, que, além de deixá-lo imune à dor, causou-lhe tremenda euforia e bem-estar.

A ideia de utilizar o gás hilariante em extrações dentárias surgiu quando Horace Wells assistia a uma animada palestra sobre os efeitos hilariantes do óxido nitroso. Durante a palestra, um dos convidados, que havia inalado o gás, começou a correr loucamente entre os bancos do auditório. Suas canelas e joelhos ficaram ensanguentados, mas, aparentemente, não sentiu nenhuma dor. Vendo isso, o nosso astuto dentista percebeu a importância do que estava diante de seus olhos e decidiu ser sua própria cobaia na manhã seguinte. Wells fez fama e dinheiro na cidade com suas práticas indolores.

Para aumentar a sua fama, decidiu realizar uma demonstração a um importante grupo de cirurgiões de Harvard. A apresentação fora acertada graças ao seu conhecido William Thomas Green Morton. Mas, a demonstração transformou-se em um enorme fracasso. O dentista deveria extrair o dente de um aluno da universidade. A quantidade aplicada de óxido nitroso, porém, não foi suficiente. O voluntário gritou de dor e Wells foi posto para fora como charlatão e impostor. De volta a sua cidade natal, quase matou um paciente. Caiu em descrédito, foi humilhado e terminou por abandonar a odontologia.

Voltando ao início da nossa história, William Morton persistiria na ideia da anestesia. Aconselhado por seu ex-professor de química Charles Thomas Jackson, substituiu o óxido nitroso pelo éter. O elemento era mais poderoso que o anterior e oferecia menos risco de causar asfixia.
Então, como já sabemos, Em 16 de outubro de 1846, ele protagonizou uma demonstração pública durante uma importante cirurgia de pescoço no mesmo hospital onde Horace Wells fora execrado. Depois desse dia, o dentista assegurou para si a paternidade da anestesia. Sua invenção correu o mundo. Chegou à Europa no fim de 1846 e, no ano seguinte, aportou no Brasil, onde foi utilizada numa cirurgia feita pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo no Hospital Militar do Rio de Janeiro.

Entretanto, a história não termina aqui…

Morton queria royalties sobre o invento. Patenteou o éter, chamado por ele de letheon, confeccionou panfletos e contratou vendedores para vender o anestésico de costa a costa. Seu plano de enriquecimento fácil, porém, fracassou. Charles Jackson, seu ex-professor, reivindicou uma parte nos lucros e os médicos, sempre eles, ficaram furiosos com a patente de uma substância capaz de aliviar o sofrimento humano. Para completar, em 1852 o médico americano Crawford Williamson Long anunciou que, desde março de 1842, realizava cirurgias usando o éter como anestésico, ou seja, quase cinco anos antes de Morton.

Embora Crawford Long tenha sido o primeiro a praticar a anestesia geral pelo éter, nunca entrou na disputa direta pela autoria do procedimento e o mérito ficou com William Morton. Mesmo assim, Morton ficou desiludido pelas constantes “guerras” promovidas pelos seus inimigos. Em 1868, já morando em New York, morre pobre e esquecido. Somente em 1871, Morton é reconhecido como o inventor da anestesia inalatória.

FONTE:
A Assustadora História da Medicina – Richard Gordon

Este post tem um comentário

  1. Raphael

    Parabéns pela matéria me agregou muito

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