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PROTOCOLO DE TRATAMENTO — VERTICALIZAÇÃO DE MOLARES

Pode-se criar um protocolo para a seleção do aparelho baseando-se nas seguintes variações:

1) Quanto à ancoragem:

1.1) Movimentos unilaterais: Partindo-se do pressuposto do uso de aparelhos fixos, (independente da técnica) convém utilizar-se como ancoragem até o canino do lado oposto, pois desta forma, envolve-se 3 planos do arco e tem-se maior estabilidade dos dentes de ancoragem. É recomendadorealizar “colagem passiva” nos dentes de ancoragem e “colagem artística” somente nos elementos que serão movimentados, limitando a movimentação àqueles que necessitam. Para maior estabilidade e evitar efeitos colaterais, é recomendado também a colagem de fio .028” 3×3 inferior.
Se houver diastemas entre pré-molares ou entre pré-molares e caninos, pode-se envolver menos dentes no movimento, pois lança-se mão de molas de secção aberta que trabalharão nos dois sentidos, para mesial fechando-se os espaços anteriores e para distal no movimento de verticalização. Enquanto os espaços anteriores estiverem sendo fechados a força não se dissipa através dos pontos de contato, portanto não se corre o risco dos caninos saírem pela tangente.

1.2) Movimentos bilaterais: A movimentação sendo bilateral envolve todo o arco dentário, tomando-se o cuidado de realizar “colagem passiva” nos dentes de ancoragem, quando o tratamento se restringir ao movimento de verticalização.

2) Quanto à mecânica utilizada:

2.1) Espaços pequenos (1 molar,1 molar e 1 pré-molar ou 2 pré-molares):
Nestes casos podem ser utilizados fios contínuos, iniciando-se com NiTi .014 por exemplo, dependendo da gravidade das inclinações, e quando chega-se ao fio de aço inox .016 utilizam-se as molas de secção aberta.
Gradativamente, ao mesmo tempo em que se aumenta o calibre dos fios , troca-se também as molas. Em média, são usadas molas de 6 a 7 mm maiores que a distância inter braquetes e as ativações realizadas a cada 20 dias ou mais.

2.2) Espaços grandes (Ausência de 2 molares ou mais): Nestes casos a grande dificuldade de se utilizar fios contínuos reside na interferência oclusal que invariavelmente acarreta quebras e torções nos fios.
Por este motivo a opção mecânica recai sobre os fios segmentados, com alça em “u”, que permitem movimentação efetiva, com poucas trocas de fios e sem quebras e perda de tempo.

Na escolha do fio inicial, deve ser levado em consideração a gravidade do mal posicionamento dos dentes que serão verticalizados (geralmente segundos e terceiros molares). Fios redondos de grosso calibre (.018” ou .020”) podem ser utilizados já de início, uma vez que a ativação é dada pela extremidade do fio, e os dentes de ancoragem receberam colagem passiva. A intenção nesses casos é entrar o quanto antes com fios retangulares, pois com esses é possível realizar torque lingual de coroa nos dentes de ancoragem anteriores, minimizando efeitos colaterais que porventura possam ocorrer. É importante salientar também que um segundo ou terceiro molar isolado, além de inclinado para mesial, costuma estar também girado para mesial e inclinado lingualmente. Portanto, para se ter um bom controle desta movimentação, o fio retangular é o mais adequado. Os calibres variam, podendo ser utilizados desde os mais finos .017x.025 até mais grossos .019x.025 em slots de .022x.030.

O fio .021x.025 não é recomendado porque ficaria difícil manter a passividade nos elementos de ancoragem.

3) A fase de contenção:

Após a movimentação ortodôntica, em todos os casos, o aparelho deve permanecer como contenção até o momento da confecção dos provisórios.

O ideal é remover o aparelho imediatamente antes do preparo dos dentes, para não dar tempo para que haja recidiva. Não existe um tempo determinado que se deve esperar, após o final do movimento, para confeccionar os provisórios, porém recomenda-se um período de 30 dias aproximadamente para que os dentes movimentados fiquem mais firmes, pois estes costumam apresentar mobilidade às vezes excessiva no final do tratamento.

Fonte:
Tratamento Interdiciplinar I: Considerações Clínicas e Biológicas na Verticalização de Molares

Marcos dos Reis Pereira Janson –
Reinaldo dos Reis Pereira Janson –
Paulo Martins Ferreira

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 3, maio./jun. 2001

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