Nessa semana começou, nas redes sociais, uma gritaria, justificável e legítima, sobre a unificação dos planos de saúde ligados à odontologia, sob a batuta de uma única empresa, e por conseguinte uma nova tabela de preços aviltante e desonesta. Repito: AVILTANTE E DESONESTA.
Mas, afirmo que essa gritaria ainda é muito pouco ou quase nada. Porque amanhã ou depois todo mundo se acalma e o ‘Planos’ continuarão mandando nos nossos negócios…
Então, vamos por partes.
Primeiro:
Essa unificação nada mais é do que a formalização do que já vinha acontecendo “meio na surdina”. Vários desses planos que se uniram já pertenciam a uma única empresa. Desde 2010, que o setor de saúde complementar ligado a odontologia vem ensaiando uma concentração sem precedentes no mercado.
Duvida? É só você dar uma voltinha pelo google e pesquisar pelo nome das operadoras…
Então, pergunto:
O que nós, dentistas, fizemos contra essa mobilização que já estava em curso há alguns anos?
Respondo:
N A D A!!!
Segundo:
Aos 80% dos dentistas conveniados que aderiram à nova tabela, de acordo com a nova empresa : É impossível trabalhar bem com a nova tabela apresentada. Não podemos fazer uma radiografia por R$ 2,47, por exemplo. Simplesmente porque esse valor não cobre nem os custos.
Lembre-se, toda vez que realizar um procedimento cujo valor não cobre os custos, você está tendo prejuízo e estará trabalhando de graça para uma empresa que fatura alguns milhões de reais por ano.
Então, se o seu argumento for que depende dos ‘Planos’ para sobreviver…
Meu amigo, sinceramente, sugiro que mude de profissão.
Ou mude o seu posicionamento dentro da profissão. Faça uma revisão do seu plano de marketing, mude o seu material de propaganda e por fim, defina qual o status que você almeja ter dentro da comunidade odontológica. E entre em ação!
Por último continuo afirmando que essa gritaria é legitima, mas é pouca e inócua.
O que devemos fazer é imitar os ‘Planos’ ou seja nos unir, parar de ver crise para todos os lados e parar de fazer beicinho e falar que somos desunidos.
Agora é a hora da união de todos: daqueles que dependem dos convênios bem como daqueles que não dependem. Porque, tenho a certeza, se essa união não acontecer seremos, um dia, todos, reféns dos ‘Planos’.
