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Segunda Opinião: Quem é que também deseja saber tudo sobre Laserterapia?

Este artigo foi publicado originalmente no CETROBlog

Coluna 2ª Opinião e o CETROblog tem o grande prazer de publicar um excelente artigo exclusivo do Dr. Marcel Caetano.

Assunto, abordado no artigo, é uma novidade que vem se afirmando como uma tendência dentro da Odontologia. Sim, estamos falando da Laserterapia. Nesse artigo exclusivo do Dr. Marcel Caetano, você ficará sabendo das mil e uma aplicações que o LASER tem na clínica diária e vai conhecer essa grande novidade!

Vamos lá!!!

Bio:

Dr. Marcel Caetano é Especialista em Endodontia pela Universidade de Itaúna – MG  

 Tem Capacitação em LASERs na Odontologia – Laboratório de Bioengenharia da UFMG.

 Ele é o autor e editor do excelente blog www.endodontiaavancada.blogspot.com. Então se quiser saber tudo sobre Endodontia vai lá.



Como a Laserterapia pode ajudar no Tratamento Ortodôntico?

A terapia com LASER de baixa potência ou de baixa intensidade, também conhecida como Laserterapia, é uma forma de fototerapia, já que o LASER é uma luz. A palavra LASER é uma abreviatura para “Light AmplificationofStimulatedEmissionofRadiation”. O LASER difere das fontes de luz convencionais por suas propriedades de monocromaticidade, coerência e pouca divergência. Essas propriedades físicas dos Lasers é um tópico bastante importante para entender o funcionamento desta tecnologia e deverá ser objeto de estudo mais aprofundado daqueles que pretenderem utilizar esta ferramenta em seus consultórios.


Os chamados Lasers de baixa potência ou de baixa intensidade, são assim denominados por não causarem efeitos térmicos e não apresentarem potencial destrutivo, ou seja, são Lasers que não tem a capacidade de cortar, vaporizar, coagular ou remover tecidos. O Laser de baixa intensidade quando empregado em tecidos moles ou duros da boca, apresenta efeitos analgésico, anti-inflamatório e bioestimulador na reparação tecidual. Age aumentando a microcirculação local, acelera o metabolismo celular e aumenta a velocidade de cicatrização tecidual.É importante entender que a luz, ou seja, a energia luminosa fornecida pela radiação do LASER é absorvida e transformada pelas células em outro tipo de energia que será usada para reparar um determinado dano celular ou tecidual.

É possível entender então que a Laserterapia promove a aceleração de processos cicatriciais e tem efeito modulador na inflamação e analgesia. Isso quer dizer que o Laser pode ser usado naqueles procedimentos clínicos em que os efeitos anti-inflamatório, analgésico e de biomodulação tecidual são desejados.

São vários os tipos de LASERs e não existe um único tipo de LASER que faça tudo! Cada LASER possui uma identidade, ou seja, um comprimento de onda específico que é mais adequado a um determinado tratamento para que se obtenha um adequado efeito biológico. O LASER vermelho e o infravermelho são os dois tipos de LASER empregados na Laserterapia ou terapia a laser de baixa intensidade. A emissão vermelha é utilizada preferencialmente em lesões superficiais enquanto a infravermelha em tecidos profundos.

Para citar algumas indicações em que a Laserterapia tem sido bastante empregada na Odontologia, destacam-se o tratamento de lesões bucais (aftas, úlceras traumáticas, herpes, mucosites, pós-cirúrgicos), tratamento das parestesias, hipersensibilidade dentinária, reparação óssea pós-exodontias ou pós-implantes, controle da dor e edema, trismo, controle da dor em casos de DTM, auxiliar no tratamento periodontal, no tratamento endodôntico, pós-preparos cavitários, bioestimulação óssea, etc… Em algumas situações clínicas o LASER é um auxiliar, um coadjuvante ao tratamento. Para outros, a Laserterapia constitui o próprio tratamento.

Quando usamos alguma medicação convencional, seja antibióticos, anti-inflamatório ou analgésicos, é necessários estabelecer uma dose para tratar determinada doença e paciente. Com o LASER não é diferente! É necessário estabelecer a dose de energiaadequada a ser empregada, pois uma dose baixa de energia talvez não seja capaz de promover o efeito biológico e o resultado não aparecerá ou demorará a aparecer. O mesmo pode acontecer se for usada uma dose de energia maior que a dose considerada adequada. As doses de aplicação do LASER podem variar e serem alteradas de acordo com o paciente e/ou tipo de lesão ou condição clínica.

A grande vantagem da Laserterapia quando comparada com as medicações convencionais é que a literatura tem mostrado que não há efeitos colaterais e nem contra-indicação relacionados com a Laserterapia.

A Laserterapia tem espaço para ser empregada também na Ortodontia, principalmente para redução da dor pós-ajuste do aparelho ortodôntico, no tratamento das úlceras traumáticas provocadas pelo aparelho ortodôntico, para aceleração da movimentação dentária, nos casos de expansão rápida da maxila e mais recentemente nos casos de ancoragem esquelética com miniimplantes. Se o profissional entender quais são os efeitos biológicos que o LASER pode promover, ficará mais fácil de encontrar as inúmeras aplicabilidades e benefícios que esta modalidade de tratamento pode proporcionar ao pacientes.

A dor provocada pela ativação do aparelho ortodôntico é uma experiência comum apresentada pelos pacientes nas primeiras horas e dias seguintes à instalação e/ou ativação do aparelho. O LASER pode ser usado tanto para retardar o aparecimento da dor quanto para diminuir ou aliviar a dor ocasionada nestas situações clínicas, fazendo com o que o paciente tenha melhor qualidade de vida e mostre-se mais cooperativo com as recomendaçõesdo tratamento ortodôntico.
Outra queixa bastante comum nos consultórios dos ortodontistas refere-se as úlceras traumáticas provocadas pelo uso do aparelho ortodôntico, pois o desconforto e a dor provocada por estas lesões impossibilita ou dificulta muitas vezes a realização de atividades simples do cotidiano dos pacientes como falar ou comer. O LASER também está indicado nestas situações, pois além de controlar o desconforto e a dor, atuará acelerando o processo de cicatrização das úlceras traumáticas.

O LASER também pode ser usado como coadjuvante aos casos de expansão rápida da maxila, pois além de agir reduzindo a dor provocada por este procedimento, acelera a regeneração óssea da sutura palatina inclusive com aumento na densidade óssea local, o que refletirá diretamente num menor tempo de contenção da expansão obtida e inibição das recidivas.

A Laserterapia pode ser um auxiliar também durante a movimentação dentária induzida, pois algumas pesquisas indicam que acelera o processo de reabsorção/neoformação óssea e repercute diretamente na diminuição do tempo total do tratamento ortodôntico.

Pacientes que apresentam dor provocada por uma disfunção da ATM (articulação têmporo-mandibular) e estão em tratamento ortodôntico, também podem receber os benefícios proporcionados pela Laserterapia, promovendo alívio da dor (efeito analgésico) e relaxamento da musculatura local envolvida.

A instalação de miniimplantes também pode ser beneficiada, em especial através dos efeitos anti-inflamatório e analgésico promovidos pela Laserterapia, proporcionando ao paciente um maior conforto no pós-operatório e dispensando o uso dos medicamentos convencionais rotineiramente empregados após o procedimento cirúrgico. O tempo de cicatrização tecidual da ferida cirúrgica será reduzido e naqueles casos clínicos em que a osseointegração é um objetivo, haverá também uma aceleração dessaosseointegração e uma melhora da qualidade óssea, contribuindo diretamente para aumentar a estabilidade dos miniimplantes.

Para obter-se resultados com maior previsibilidade de qualidade durante o tratamento ortodôntico, os profissionais que atuam na área da Ortodontia buscam constantemente aperfeiçoarem-se e especializarem-se nesta ciência, pesquisando e estudando as melhores formas de oferecer um plano de tratamento adequado a cada paciente. Para atuar na área da Laserterapia não pode ser diferente! Para que a tecnologia do LASER possa ser incorporada a rotina diária de uma clínica ortodôntica, aproveitando de todos os benefícios proporcionados pela Laserterapia e para que apresente resultados favoráveis e relevantes, o profissional terá que buscar uma qualificação mais aprofundada sobre este tema, sob o risco de não obter clinicamente resultados tão bons quanto aqueles mostrados pelas pesquisas e trabalhos já realizados.

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